Na meteorologia, define-se ocorrência de geada quando há deposição de gelo sobre plantas e objetos expostos ao relento. Isso ocorre quando a temperatura do ar atinje 0ºC e tem umidade na atmosfera (Pereira et al, 2002). No entanto, mesmo com a formação de gelo sobre as plantas pode não haver morte dos tecidos vegetais, por elas estarem em repouso vegetativo. Em Agronomia, entende-se geada como fenômeno atmosférico que provoca a morte das plantas ou de suas partes (folhas, caule, frutos, ramos), em função da baixa temperatura do ar, que acarreta congelamento dos tecidos vegetais, havendo, ou não, formação de gelo sobre a planta. A morte pode ser causada tanto por ventos muito frios soprando por muitas horas, como pelo resfriamento radiativo com o ar muito seco. (Pereira et al, 2002).
A suscetibilidade das culturas agrícolas às geadas varia com a espécie, e com o estádio fenológico das plantas no momento da ocorrência (Camargo et al., 1993). Mota (1981) considera que -2ºC seja a temperatura crítica mínima abaixo da qual se iniciam os danos nas plantas de espécies menos resistentes, como banana, mamoeiro e arroz. Para as espécies mais resistentes, como o cafeeiro, cana-de-açúcar e citrus, o limite é de -4ºC. Os danos serão mais graves e extensos quanto maior for a queda de temperatura abaixo desse limite.
Nos locais situados a médias e altas latitudes, a agricultura torna-se atividade de risco durante o inverno, devido à ocorrência de temperaturas baixas. A proteção de plantas contra os efeitos letais causados pela geada é problema considerável na agricultura, especialemten para as lavouras de alta rentabilidade, entre as quais estão as frutíferas de clima tropical, o cafeeiro, seringueira entre outros (Rosenberg et al., 1983).
O quadro abaixo indica a temperatura mínima estimada de Abrigo Meteorológico que causa danos a tres grupos de cultura: A: Banana, Batata, Feijão, Hortaliças, Mamão e Tomate; B: Café, Cana-de-açúcar, Manga e Trigo; e, C: Laranja, Maça e Pera.
Informações adicionais:
Cepagri (
http://www.cpa.unicamp.br/artigos-especiais/geadas.html) ,
Agritempo (
http:www.agritempo.gov.br) ,
IAPAR (
http://www.iapar.br/zip_pdf/protgeada.pdf )
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Probabilidade de temperatura entre 0 e 2 ºC
Probabilidade de temperatura entre 0 e 4 ºC
Probabilidade de temperatura entre 0 e 6 ºC
Referencias Bibliograficas:
PEREIRA, A R., ANGELOCCI, L.R., SENTELHAS, P.C. Agrometeorologia: fundamentos e aplicações práticas. Guaíba: Livraria e Editora Agropecuária, 2002. 478p.
CAMARGO, M.B.P.; PEDRO JUNIOR, M.J.; ALFONSI, R.R. Et al. Probabilidade de ocorrência de temperaturas mínimas absolutas mensais e anuais no Estado de São Paulo. Bragantia 52 (2): 161-168, 1993.
ROSENBERG, N.J.; BLAD, B.L.; VERMA, S.B. Microclimate – the biological environment. New York: John Wiley & Sons, Inc. 1983, 495p.
Brunini, O.; Camargo, M.B.P. Methodologies for assessing and quantifying drought and frost risks in Brazil.In: Actas de la Reunión de expertos de las Asociaciones Regionales III y IV sobre fenómenos adversos. World Meteorological Organization. Caracas, Venezuela, 12-14 de julio de 1999. p.31-43, 2000.
Camargo, A.P.; Camargo, M.B.P. Frost in coffee crops: frost characteristics, damaging effects on coffee and alleviation options. In: Coffee: growing, processing, sustainable production. J.N.Wintgens (ed.). Wiley-VCH, Weinheim, Germany. p.355-370.2004.
Astolpho, F.; Camargo, M.B.P.; Pedro Junior, M.J.; Pallone Filho, W.J.; Bardin, L. Regionalização de riscos de ocorrência de temperaturas mínimas absolutas anuais para o Estado de São Paulo com base em modelos probabilísticos e digitais de elevação. Bragantia, Campinas, v.64, n.1, p.139-148, 2005.